sábado, 3 de novembro de 2012


A terra também tem sede

O solo desesperadamente clama por água, seu cheiro já não é de terra, nem de vida... é de morte. Nos olhos do criador não se vê esperança, vê-se apenas desolação, medo... dor.

O gado e outros animas já não se seguram em pé, junto ao que um dia foi um poço d’agua e agora não passa de uma mistura gosmenta de lodo e lama, onde os animais agonizam de fome... de sede...

É a seca que chegou, castigando o sertanejo, que sem poder fazer nada reza e pede um pouco de clemencia ao Criador.

Talves a culpa não seja do Criador, talvez seja do próprio homem, que durante décadas vem sugando a vida da terra como um parasita, sem nunca ter oferecido algo em troca, talvez pensando que a dívida jamais seria cobrada.

O criador reclama, mas esquece que o solo, sofrido e explorado exaustivamente por gerações, já não tem muito a oferecer e agonizantemente morre, e leva consigo a vida de dezenas de outras vidas.



Texto e fotos: Aglécio Dias