terça-feira, 26 de outubro de 2010

A edição 135 do jornal Fato Paulista já está nas bancas da Zona leste de São Paulo

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sábado, 23 de outubro de 2010

Acessibilidade: Uma realidade ainda distante nos Cemitérios da Zona Leste

(Parte I)

                  Charge de Jorge Barreto para o jornal Fato Paulista 
 Por Aglécio Dias



Segundo levantamento feito pelo Fato Paulista nenhum dos Cemitérios da região Leste da Capital oferece total acessibilidade para pessoas com deficiência, entre os principais problemas apresentados nesses locais estão: A falta de vagas sinalizadas e de uso exclusivo nos estacionamentos, banheiros totalmente adaptados, exclusivos e sinalizados além de precárias rampas de acesso.
A acessibilidade é um direito das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida garantido pelas Leis Federais 10.098 e 10.048, regulamentadas pelo Decreto Federal 5.296, que definem normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade dessas pessoas aos espaços públicos e privados de uso coletivo tais como parques, sanitários públicos, veículos de transporte coletivo, comércios entre outros locias. Porém fazer com que essas leis sejam cumpridas é na maioria das vezes, uma tarefa difícil, desgastante e burocrática.
Por falta do cumprimento dessas leis o cadeirante, coordenador geral do Movimento Inclusão Já, Valdir Timóteo Leite teve que passar por constrangimento no velório de sua mãe Zilda Cardoso no Cemitério de Itaquera no dia 21 de setembro. Na ocasião, ao precisar utilizar o sanitário percebeu que sua cadeira não passava pela porta do banheiro e teve que fazer o processo de sondagem para o esvaziamento da bexiga do lado de fora do ambiente, na frente de várias pessoas.
“Tive que passar a sonda uretral para o esvaziamento da bexiga em um hall de entrada dos banheiros na frente de todo mundo, em local propicio a pegar uma infecção, pois tive que virar um cesto de lixo de boca para baixo para colocar os materiais utilizados para fazer a sondagem, materiais esses que por orientação médica devem sempre ser utilizados com muita assepsia, mas infelizmente aquele local não oferece nenhuma condição para o uso de pessoas com deficiência”, relatou.
Após passar por essa situação que segundo Valdir já se repetiu outras vezes, ele entrou com um pedido na Câmara Municipal cobrando a fiscalização desses cemitérios e exigindo que a lei seja cumprida. “É preciso que se tomem providências com relação a esse fato, afinal os deficientes também têm o direito de velar seus mortos e ter seus direitos respeitados independente do lugar”, esclareceu.
Em visitas feitas pelo Fato Paulista em seis dos sete cemitérios da Zona Leste, entre eles um particular, foi comprovado que as leis de acessibilidade não estão sendo respeitadas integralmente por nenhum deles.
Entre os Cemitérios visitados estão: Cemitério de Itaquera, Cemitério da Penha, Cemitério da Quarta Parada, Cemitério da Saudade, Cemitério da Vila Formosa I e II e o Cemitério Carmo (particular).

Acessibilidade nos cemitérios


 p          A falta de rampas de acesso

(Parte II)

Cemitério da Vila Formosa I e II, considerado o maior da América Latina, ganhou recentemente um novo velório com vinte salas, conta com banheiros adaptados e de fácil acesso, porém em seu interior tem um local onde cadeirante possa colocar os objetos usados para esvaziar a bexiga como sondas e gases. Outro ponto importante é o fato de o símbolo universal de acessibilidade que tem cores especificas e padronizadas nas cores azul e branco ter sido substituído por outro de cores cinza e escuro. Assim como nos banheiros a sinalização das vagas exclusivas está fora do padrão. Já os outros banheiros que ficam nas entradas do cemitério não têm nenhum tipo de adaptação, além de serem de uso coletivo estão completamente sujos e abandonados.

No Cemitério da Quarta Parada, um dos mais antigos da cidade, não existe nada que indique que o local tem acessibilidade, com apenas uma pequena rampa lateral de acesso ao local do velório o lugar tem banheiros apertados, sujos e de uso coletivo, também faltam sinalização e vagas de uso exclusivo no estacionamento.

No velório do Cemitério da Saudade que fica junto á administração existem banheiros limpos e de fácil acesso, porém não conta com nenhum tipo de adaptação ou sinalização para deficiente além de ser de uso coletivo. Próximo da capela do Cemitério que também é usada para velar os mortos, a situação é muito pior, os locais utilizados como banheiros não têm rampas de acesso e estão totalmente abandonados.

O Cemitério da Penha não possui velório, mas é talvez o mais degradado da região leste, não oferece nenhum tipo de acessibilidade em seus banheiros que ficam trancados a maior parte do tempo. Na entrada principal existe uma escadaria que dificulta a chegada de um deficiente ao setor administrativo.

O descaso e a falta de respeito com a pessoa com deficiência não se limita apenas aos cemitérios públicos. O Cemitério do Carmo, de propriedade privada também está entre os que não cumprem a lei. O local que tem junto a entrada belos chafarizes com carpas nadando, lojas de flores e arranjos, lanchonetes e muitas placas indicativas, também não possuem banheiros totalmente adaptados e exclusivos, nem rampas de acesso, muito menos estacionamentos sinalizados e exclusivos.

Em conversa com funcionários e administradores dos Cemitérios da Quarta Parada, da Penha, da Saudade e da Vila Formosa, todos afirmaram que não existe de fato total acessibilidade nos seus cemitérios e velórios, mas comentaram que existe um projeto da Prefeitura para a reforma de todos os Cemitérios da Capital nos próximos meses.

Sem “bolsa aluguel” moradores de São Mateus invadem prédios no Centro da Cidade

Por Aglécio Dias

Ocupantes de pelo menos dois dos quatro imóveis invadidos nas últimas semanas na região central de São Paulo são moradores da Zona Leste que tiveram benefícios cortados pela Prefeitura


Todas as familias têm direito a três refeições por dia

As mais de duas mil pessoas que ocupam a três semanas dois prédios no Centro de São Paulo, um na avenida Ipiranga e o outro na avenida São João, saíram de ocupações do Alto Alegre no Jardim Iguatemi em São Mateus depois de uma reintegração de posse e um acordo com a Secretária Municipal de Habitação (SEHAB) que ofereceu uma bolsa emergencial de dois meses para cada família, enquanto era negociado a desapropriação do terreno em que estavam.


De acordo com Cláudia Roberta do Movimento Terra de Nossa Gente (TNG) filiado ao Movimento Frente de Luta Por Moradia (FLM), que coordenou as invasões, passados os dois meses do “bolsa emergencial” oferecido, as famílias se viram novamente na rua e acabaram se refugiando no Viaduto do Chá no Centro da Cidade, foi quando mais uma vez receberam da SEHAB outro “bolsa emergencial” de novecentos reais, equivalente a três meses de aluguel, que segundo a militante foi o prazo dado pela Prefeitura para resolver a situação daquelas famílias.

Cláudia conta que passado esse período, sem nenhuma resposta por parte da Prefeitura, decidiram fazer a ocupação dos imóveis que estão abandonados há anos. “O problema é que eles só ouvem a gente, só recebem a gente quando a gente faz ocupação, daí eles vêm e ouvem as nossas reivindicações”, disse.

Maria do Planalto, outra militante do Movimento, contou que a maioria das famílias ali está dentro do “Parceria”, (acordo com a SEHAB no qual é disponibilizado trinta meses de aluguel até que suas moradias saiam). “Eles não cumpriram o acordo, por hoje estamos aqui lutando pelo direito a uma moradia digna”, comentou.

“É assim que a Prefeitura age com a gente, prometendo e não cumprindo, primeiro prometeram bolsa aluguel, depois que o terreno no Alto Alegre seria desapropriado, daí não teve a desapropriação do terreno, não teve o atendimento do “Parceria”, deram apenas um cheque de novecentos reais para cada família, mas o contrato com a administração pública não foi renovado e essas famílias foram outra vez despejadas. Então tivemos que ocupar aqui”, explicou Maria que comentou ainda a falta de interesse da SEHAB e da Prefeitura em resolver a situação deles. “O que falta é boa vontade, porque no caso do terreno do Alto Alegre por exemplo, já foi feito até a vistoria, só falta o presidente do CDHU assinar a desapropriação”, comentou.

“Todas essas famílias que estão aqui hoje são do Alto Alegre em São Mateus que simplesmente foram jogadas na rua, a polícia chegou lá quatro horas da manhã e colocaram a gente para fora na marra. Ou seja, a Prefeitura insiste em primeiro jogar as pessoas na rua, fazendo toda aquela barbaridade que fazem, e só depois é que fala em ajuda e por conta disso ficamos nessa situação”, desabafou indignada a militante.


Parque do Ibirapuera ganha brinquedos adaptados, o próximo pode ser o Parque do Carmo

Por Aglécio Dias

Depois de um pedido feito pelo Movimento Inclusão Já há quase dois anos o Parque finalmente recebeu brinquedos adaptados e passou por pequenas adaptações para atender pessoas com deficiência

Os brinquedos que foram prometidos pelo então diretor do DEPAVE 5 (Departamento de Parques e Áreas Verdes) de São Paulo Heraldo Guiaro após um pedido do coordenador do Movimento Inclusão Já Valdir Timóteo, feito em fevereiro de 2009, foram entregues ao Parque no último dia 12, dia das crianças.

O pedido foi feito após o coordenador, junto a um grupo de cadeirantes do Movimento que passeavam no Ibirapuera, terem percebido que ali faltavam, além de banheiros acessíveis, brinquedos adaptados para crianças com deficiência.

Para Guiaro, hoje diretor do Ibirapuera essa é uma iniciativa que demorou um pouco para ser concluída, mas que deverá ser seguido por outros parques da cidade. “A situação que a gente tem aqui é uma situação de expansão por que é a possibilidade de vermos esses elementos e essas situações se multiplicando pela cidade de São Paulo e pelo Brasil”, comentou.

Valdir Timóteo que acompanhou o processo desde o inicio, foi até o Parque para conferir as melhorias feitas e conhecer os novos brinquedos. “Os brinquedos estão aprovados, agora vamos procurar cobrar para levar isso a outros parques da cidade”, falou. De acordo com ele, as novas instalações no Ibirapuera não refletem a realidade de outros parques da cidade. “Esse é o único parque da Capital de São Paulo que tem brinquedos adaptados”, completou.

Para o assessor especial da Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Luiz Carlos Bosio isso não é verdade, segundo ele nos parque de São Paulo existe sim algum tipo de brinquedo para deficientes e citou o Parque do Carmo como exemplo. “No Parque do Carmo tem, bem em frente à administração, vários brinquedos para exercício de pessoas com mobilidade reduzida. Todos os Parques têm algum brinquedo acessível”, afirmou.

Ele disse ainda ser muito provável que o Parque do Carmo seja o próximo a receber brinquedos adaptados. “No entendimento da Secretária Especial o “Carmo" é o que mais necessita, pela força das pessoas ali”.

Em visita ao Parque do Carmo com um grupo de mais de cinquenta cadeirantes no domingo dia 17, Valdir, que mora na região há décadas, comprovou que não existe nenhum tipo de brinquedo em frente à administração do parque como foi falado, os únicos brinquedos existentes ficam em um morro a mais de um quilometro de distância.
O local também não possui rampas de acesso, nem banheiros acessíveis, situação confirmada por todos os cadeirantes entrevistados. “Aqui precisa melhorar muito”, disse Maria de Fátima, que reclamou da falta de um trocador para deficientes.

domingo, 10 de outubro de 2010

Charge de Duke para O Tempo (MG)

http://www.vermelho.org.br/charges.php?id_param_charge=337

Vereadora assume Prefeitura de Dourados em substituição a juiz

Ele ocupava o cargo interinamente desde afastamento de prefeito e vice.

Políticos da cidade são suspeitos de fraude em licitações e corrupção ativa.

Do G1, em Brasília

A vereadora Délia Razuk (PMDB) assumiu nesta sexta-feira (8) a Prefeitura de Dourados, em Mato Grosso do Sul, em substituição ao juiz Eduardo Machado Rocha, que ocupava o cargo interinamente desde o afastamento do prefeito da cidade, Ari Artuzi (ex-PDT), e do vice-prefeito, Carlinhos Cantor (PR), investigados em suposto esquema de desvio de verbas públicas.

No discurso de posse, a prefeita afirmou que vai avaliar a situação de todos os setores da administração pública e dará prioridade à saúde durante seu mandato.

"O primeiro passo é cuidar da saúde. Você sabe que a saúde de Dourados passa por um período muito difícil. Então nós vamos estar trabalhando todos os nossos esforços para que a saúde de Dourados volte a funcionar", disse.

Délia assumiu o cargo após determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que negou pedido do Ministério Público para o que o juiz permanecesse no cargo interinamente. A vereadora e a prefeitura foram notificadas oficialmente nesta quinta-feira (7) sobre a decisão.

A notificação explica que, "por falta de agente para assumir o cargo de prefeito da cidade", Délia foi convocada para exercer a nova função. Na quinta, ela já havia visitado a prefeitura para tomar conhecimento do processo de mudança de cargo.

Com prefeito e vice presos e afastados, a vereadora, que é presidente da Câmara, era a próxima na linha sucessória e a única integrante do Legislativo municipal que não foi indiciada por envolvimento com o suposto esquema de desvio de dinheiro público na cidade, que, de acordo com a denúncia, incluía pagamento de propina para vereadores.

Com a saída de Délia, a presidência da Câmara será ocupada pelo vereador Dirceu Longhi (PT). Nove suplentes de vereadores já tomaram posse na Câmara Municipal de Dourados (MS) para substituir os que foram afastados pelo Tribunal de Justiça do estado, por conta das investigações do suposto esquema. Mais um suplente deve assumir na próxima quarta-feira (13) um mandato na Câmara.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A edição 134 do Jornal Fato Paulista jé está nas principais bancas da Zona Leste de São Paulo

Fato Paulista denúncia caos no Hospital Santa Marcelina em Itaquera.
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Estádio do Corinthians: melhorias para uns, incertezas para outros

Por Agjécio Dias

Moradores de três comunidades carentes próximas ao local onde será construído o Estádio Corintiano estão preocupados com o destino de suas famílias caso tenham que deixar o local onde moram
Com o anúncio da construção do estádio do Corinthians em Itaquera e o projeto de ampliação das avenidas da região para dar maior vazão ao trânsito caótico existente no local, muitos moradores das proximidades estão empolgados, acreditando que as coisas irão mudar para melhor na região após as obras, esse clima de euforia, porém não se reflete em todos, é o caso dos moradores das comunidades Vila da Paz, Nossa Senhora Aparecida e da Inácio Curi.
Para muitos deles a construção do estádio pode até trazer benefícios para região, mas também pode trazer muita dor de cabeça para quem vive nessas comunidades, pois acreditam que a área será desapropriada para a ampliação das vias e se o Estádio do Corinthians for mesmo receber a abertura da Copa 2014 ai sim é que terão de sair mesmo o quanto antes. “Nenhum governo vai querer uma favela como pano de fundo no cartão postal da cidade”, comentou Luciene Albuquerque moradora da Vila da Paz.
Segundo a moradora há anos existe um projeto de desapropriação da área onde está localizado a Vila da Paz que dará lugar a uma praça que faz parte do projeto de pavimentação do Rio Verde que está parado há quase um ano, mas até o momento não receberam nenhum comunicado referente ao futuro dos moradores que residem ali há quase vinte anos.
De acordo com moradores há seis anos foi feito um cadastro das famílias que viviam nas áreas que englobam as três comunidades que seriam transferidas para apartamentos da Cidade Tiradentes ou de São Mateus, mas ficou apenas nas inscrições, pois nunca ouve nenhuma resposta para o caso.
Ainda de acordo com os moradores há cerca de um ano eles receberam um informativo que dizia que a prefeitura havia recebido verba no valor de 200 milhões de reais para construir moradias para as famílias daquelas comunidades, mas foi usada pelo prefeito Gilberto kassab para outros fins. “Tivemos a informação de que 200 milhões de reais foram destinados para nossa comunidade e até agora o prefeito Gilberto Kassab não aplicou nada aqui, ele deve ter usado para outra coisa”, desabafou Antonieta da Conceição conhecida como Nica.
Os moradores comentaram que sempre vão à subprefeitura de Itaquera para obter informação sobre a situação deles e a respostam que recebem é sempre a mesma, a de que eles sabem que vão ter que sair, só não falam quando. “Nós sempre somos tratados com desrespeito quando vamos à Subprefeitura de Itaquera que nos falam que nós vamos sair daqui, mas não nos dizem quando nem pra onde, parece que nem eles sabem”, reclamou Luciene.
A construção do estádio pode ser uma esperança para os moradores finalmente sair daquela região, mas eles estão preocupados com o fato de, ao invés de receberem uma moradia digna, eles tenham que se submeter a uma “bolsa aluguel” ou “auxilio moradia” enquanto não se resolve para onde mandá-los como tem acontecido com muitas famílias nos últimos meses que tiveram que abandonar os locais onde moravam por conta de riscos como incêndios ou enchentes, mas nunca receberam a tão prometida casa própria. “Não adianta a prefeitura vir com ‘bolsa aluguel’ ou outro tipo de ‘engana trouxa’ pra cima da gente não. Se for pra sair daqui a gente sai, mas para uma moradia decente e que seja nossa”, desabafou a moradora da Vila da Paz.