sexta-feira, 5 de julho de 2013

Procuradoria pede o fim das vaquejadas ao STF


A Procuradoria Geral da República (PGR) entrou, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de suspensão da Lei Estadual nº 15.299/2013, que regulamenta as vaquejadas no Ceará.

Foto: Aglécio Dias

Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4.983) o  procurador da República no Ceará, Alessander Sales pede o fim definitivo da atividade em todo País, por representar, segundo ele,  maus-tratos contra animais. O relator da ação no STF é o ministro Marco Aurélio.

"O meu desejo é a total proibição não só em todo o Estado do Ceará, como também no Brasil, por caracterizar maus-tratos contra os animais", diz Sales.

A lei, aprovada este ano pela Assembleia Legislativa, estabelece regras para a realização da vaquejada como atividade desportiva e cultural. Na argumentação contra a lei, a PGR lembra que a atividade era uma necessidade antiga de fazendeiros da região Nordeste, com o intuito de reunir o gado, mas que hoje passou a ser “explorada como esporte e vendida como espetáculo”, gerando um movimento anual de cerca de R$ 14 milhões. O órgão cita práticas como enclausuramento e açoites, frisando que isso é inconstitucional, constituindo “crueldade” contra os animais.

Do outro lado da história, fazendeiros e pessoas que vivem dessas atividades defendem a permanência do ‘esporte‘, alegando sua importância para a economia dessas pessoas. Um exemplo é o fazendeiro e locutor de vaquejada Paulo Sampaio que vive da vaquejada e argumenta que a atividade sustenta o vaqueiro, o tratador, o locutor, o juiz.

Para mostra o quanto a prática movimenta o comércio, Sampaio citou que em uma noite foram realizados 14 vaquejadas em todo País essa semana, o que gerou mais de R$ 600 mil em prêmios.

Ou seja, aparentemente, na visão, pelo menos do fazendeiro Paulo, o mais importante são os valores movimentados pela prática ‘esportiva’, já os danos causados aos animas usados nas atividades e o fato de maus tratos ser crime, são meros detalhes.

Fonte: Diário do Nordeste e O Povo

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