sexta-feira, 12 de setembro de 2008

"Ensaio sobre a Cegueira" foca na ação de romance de Saramago

Imaginem que aparentemente sem nenhum motivo, toda uma população ficasse chega de repente. O que pensa que poderia acontecer a todo mundo? Quais mudanças ocorreriam na rotina de cada um e na organização da sociedade como um todo?

A discursão sobre o que poderia acontecer em uma sociedade completamente cega é o que propõe o filme "Ensaio sobre a Cegueira" ("Blindness", Canadá / Brasil / Japão, 2008), que chega aos cinemas nesta sexta-feira (12).O longa que é dirigido pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles, é uma adaptação do livro com o mesmo título, do escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura em 1998.

Aglécio Dias

Segue um resumo do filme, segundo MAIARA CAMARGO (Colaboradora para a Folha Online)

Assim como no romance, o filme parte do instante em que um homem está em seu carro, esperando o semáforo ficar verde, quando, sem nenhum motivo, fica cego, ou melhor, mergulha em um branco intenso, como se olhasse no interior de um mar de leite.Essa é a primeira vítima de uma epidemia que se alastra rapidamente por uma cidade não identificada. Aliás, nenhum dos personagens tem nome. O primeiro cego procura um médico, que não consegue descobrir de que mal ele foi acometido. Ao chegar em casa, o homem relata o ocorrido a sua mulher. Ela, a mulher do médico, interpretada por Julianne Moore (atriz indicada quatro vezes ao Oscar), é aparentemente a única imune à epidemia. Com o intuito de evitar que a cegueira infectasse mais pessoas, o governo leva grupos de cegos para locais isolados, onde devem ficar em quarentena. O médico (Mark Ruffalo), um dos primeiros a ficar cego, é levado a um desses espaços. Para não abandonar seu marido, sua esposa finge estar cega e segue com ele para o que parece ser um hospício ou hospital abandonado. É através dessa mulher, a única que enxerga em um mundo cada vez mais cheio de cegos, que o espectador vê o mundo e a degradação crescente na vida e na ordem social. Além disso, é possível acompanhar a pressão e a responsabilidade crescente que pesa sobre a personagem, que lidera um grupo de sete pessoas e ainda tenta ajudar os outros cegos.Embora praticamente toda a ação apresentada no livro esteja contida no filme, perdem-se as reflexões e o tempo criado por Saramago. Talvez por conta da diferença nas linguagens, o longa traz o factual, mas não consegue recriar o ambiente e as sensações que fizeram da obra um sucesso mundial.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Aglécio, meu email é cleiricardoso@yahoo.com.br