Projeto de jovens músicos de Itaquera busca criar um novo conceito artístico que lembra os grandes movimentos que mudaram a forma de se fazer musica no Brasil.
A zona leste da capital sempre foi berço de grandes talentos artísticos e musicais, infelizmente muitos deles pouquíssimos divulgados. Muitos artistas vêem isso como um problema, pois a região é um campo fértil de talentos e pensamentos culturais que tem como referencia a realidade da maioria da população brasileira, mas que geralmente não recebem a atenção devida nem tem um espaço adequado para apresentar seus trabalhos.
Para fugir desse paradigma um grupo de jovens músicos da Zona Leste de São Paulo criou o projeto “Engrenagem Urbana”, com a finalidade de reunir em um mesmo espaço músicos independentes que vem fazendo trabalhos interessantes que fogem dos habituais modelos musicais, que seguem sempre uma mesma linha. A proposta é organizar os artistas e levar os trabalhos feitos por eles para rua mesmo.
Faz parte do projeto a cantora, compositora e interprete Maria Elvira, o produtor, arranjador e tecladista Kiko de Souza, o cantor e compositor Samuel Porfírio, o baixista Nenêm Caetano e o percussionista Tiago Rocha.
Segundo Kiko a idéia desse projeto nasceu para que os músicos pudessem interagir entre eles trocando experiências e criado novos ritmos. “Sempre tive vontade de fazer esse trabalho e depois que conheci o Samuel (Porfírio) e a Maria (Elvira) que têm uma mente aberta para novas experiências isso aconteceu naturalmente”, disse.
Maria Elvira uma das grandes promessas da música popular brasileira que tem “todas as influencias possíveis e quantas poder agregar, sem fronteiras”, acredita na força desse projeto. Dona de um repertório que mistura samba. MPB, forró e outros ritmos populares ela toca na noite a algum tempo, mas não gosta do termo “cantora da noite”. “Eu sou do tempo do musico da noite e vejo que eles procuram cantar sempre os mesmo repertórios por isso acabam ficando muito parecidos e eu queria fugir um pouco disso. Quando conheci o Kiko vi que seria possível com esse projeto”, comentou.
Samuel Porfirio, outro nome da nova safra musical da Zona Leste disse que outra proposta do projeto é colocar nas cabeças dos músicos que eles não são apenas músicos são artistas e tem que ser valorizado. “Queremos mostrar que o músico não precisa se prender a uma filosofia ou a um estilo. Por exemplo, o rap sempre foi tratado como provocador por quem não conhece a musica, então nós queremos trazer o rap para o MPB e misturar tudo. Não queremos ser só o musico que toca sempre a mesma coisa, queremos misturar”, falou.
Aglécio Dias
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