KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
Reeleita já no primeiro turno, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), disse que não vai deixar o mandato antes do fim para se candidatar, em 2010, ao governo ou ao Senado.
Para ela, sua vitória não se deve "nem a Duda nem a Lula", referindo-se à atuação do marqueteiro Duda Mendonça na campanha e ao apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"[Venci] Não porque tinha um marqueteiro legal, que é o Duda Mendonça, não porque tinha o presidente da República que está com alta popularidade, o Lula. Não é porque tinha Duda nem Lula. Se nós não tivéssemos feito um bom governo, nada disso seria importante para a gente ganhar no primeiro turno", disse.
As declarações foram feitas logo após ser confirmada sua vitória, no final da noite de domingo, na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará.
Luizianne venceu com 50,16% dos votos, 3.836 votos a mais do que a soma de todos os outros opositores. Ela derrotou candidatos apoiados pelos principais líderes políticos do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB) e Ciro Gomes (PSB).
Diferentemente de 2004, quando Luizianne não conseguiu eleger a maioria dos vereadores na Câmara Municipal, desta vez 31 dos 41 eleitos são de partidos de sua base aliada.
Para o novo mandato, Luizianne afirmou que Fortaleza está "com a casa arrumada", mas que tudo começa do zero a partir de janeiro, com mudanças no secretariado.
"Novo ciclo político"
Mesmo distante das eleições de 2010, Luizianne percebe sua vitória como um elemento importante para influenciar os rumos da política cearense.
"Quem já fica o tempo todo com aquele estigma de mulher, nordestina e loira já tem algumas dificuldades para enfrentar [os desafios]", afirmou ela.
"Quando a gente consegue agregar pessoas que torcem, [...] então a gente acha que o nosso papel é sim o de influenciar na vida pública, independentemente de eu ser candidata, prefeita ou uma simples cidadã. Quero influenciar e que Fortaleza seja a princesa do Brasil entre as capitais."
Para Luizianne, vencer candidatos apoiados por Tasso e Ciro representa a confirmação de um novo ciclo político no Ceará, do qual o governador Cid Gomes (PSB) faz parte. Ela afirmou que apoiará a reeleição de Cid daqui a dois anos.
"Os donos do Ceará [como chama Tasso e Ciro], que achavam que Fortaleza tinha que ser recuperada para manterem seu status quo, viram que não é tão fácil assim, que Fortaleza é a princesa rebelde do Brasil."
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