A
Comissão Nacional da Verdade apresentou nesta terça-feira (21) em Brasília o
balanço de seu primeiro ano de atividades. A CNV realizou 15 audiências
públicas em nove unidades da federação e percorreu todas as cinco regiões do
país. Nesse período, a Comissão colheu 268 depoimentos (de vítimas, testemunhas
e agentes da repressão da ditadura civil-militar de 64-85), sendo 207 de
vítimas e testemunhas de graves violações de direitos humanos.
Além
do balanço, a Comissão Nacional da Verdade apresentou o resultado parcial de
pesquisas conduzidas pela assessoria da CNV Heloísa Starling, professora da UFMG
e coordenadora do Projeto República que apontou que a marinha sonegou
informações sobre mortos e desaparecidos ao governo Itamar Franco.
Segundo o levantamento, a Marinha
brasileira ocultou deliberadamente informações e documentos do Estado
brasileiro, durante o governo de Itamar, em 1993. Na ocasião, o ministro da
Justiça, Maurício Correa, requisitou aos comandantes militares informações
requisitadas pelo Congresso e familiares de mortos e desaparecidos sobre a
repressão.
Na oportunidade a Marinha informou
não dispor de informações sobre vários casos de mortos e desaparecidos e citou
até reportagens de jornais em vez de fontes próprias. Entretanto, a
pesquisadora e sua equipe obtiveram
documentos do Centro de Informações de Marinha (Cenimar), de dezembro de 1972,
que indicam que a força tinha informações mais precisas sobre o destino de pelos
menos 11 vítimas, entre elas o deputado federal Rubens Paiva, apontado como
morto nos registros da Marinha daquele ano.
Leia aqui a
íntegra do balanço de um ano de atividades da CNV.
Fonte:
Agência Brasil
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